Historia da arte, crítica, museu, teatro, cinema de arte, salas de concerto, revistas especializadas...
instrumentos da instauração da arte em nosso mundo. Eles selecionam o objeto artístico, apresentando ou tentando compreendê-lo, são assim como a arte, específicos e conectados à cultura. Lemos e ouvimos referências à obras de arte universais que transcendem o tempo e o espaço, mantendo seu valor artístico possuidoras de uma essência artística, um valor em si que lhes garante o "ser" obra de arte, uma manifestação "superior" da natureza humana, mas é importante ter em mente que a ideia de arte não é própria a todas as culturas e que a nossa possui uma maneira muito específica de concebê-la.
A noção de arte que possuímos não tem sentido para o artesão artista que fabricava vitrais góticos, desse modo, o em "si" da arte é uma projeção. Somos nós que anunciamos o que para nós é arte. André Malraux, pensador francês contemporâneo que muito se preocupou com os problemas artísticos, construiu suas reflexões nas fronteiras desse "em si" e desse "para nós". Ele concebeu a ideia de um museu imaginário que seria a reunião de obras cujas afinidades não procedem da história, mas de uma subjetividade analógica que tem o poder de descobrir a força artística que está nos objetos em si.
De acordo com esse raciocínio os objetos artísticos ultrapassam a história e as sociedades porque possuem alguma coisa que nós, em nossa cultura, sabemos detectar e nomear, enfim, o absoluto da arte é relativo à nossa cultura.